sábado, 22 de janeiro de 2011

São José do Norte-RS

Esta restinga conhecida antigamente, por “Península de Pernambuco” – fazendo parte do território mais tarde chamado de Capitania Del Rei, Província do Rei, Capitania do Rio Grande, Capitania do Rio Grande do São Pedro, entre outros, hoje Estado do Rio Grande do Sul – era primitivamente habitada por índios carijós, charruas, minuanos.
  Os desbravadores desta região foram Cristóvão Pereira de Abreu, considerado por muitos como fundador, e João de Magalhães com sua tropa chegou, na região, entre 1720 e 1725. Era tropeiro, mais tarde tornou-se estancieiro e sua importância para a região foi marcada por designações, como: ponta de Cristóvão Pereira, “língua” de terra que avança na Laguna dos Patos, dentro da gleba chamada hoje, de “Rincão de Cristóvão Pereira”, atual município de Mostardas. É ele também relacionado com a origem da freguesia de Mostardas. Entende-se por “freguesia” povoado formado em torno de capelas.


  Brito Peixoto, governador de Laguna, mandou seu genro João de Magalhães e seus homens os quase formavam a conhecida “Frota de Magalhães”, estabelecer um posto de vigilância na margem setentrional do canal, na chamada “Barranca do Norte”, provavelmente no local da atual cidade de São José do Norte, para assegurar a posse da barra, impedir a entrada de espanhóis e garantir o comércio de gado francamente praticado por dezenas de tropeiros. Estes conduziam centenas de cabeças, ao longo do litoral, rumando a São Paulo, de onde as reses seriam dirigidas para o trabalho nas áreas da mineração.   Permaneceu João de Magalhães, nesse local, de 1725 a 1733.
  Foi o primeiro posto de vigilância no Rio Grande do Sul e marcou, sem dúvida, o inicio da ocupação no local, já que deve ter servido, entre outros, de apoio a uma série de pousos e currais entre a barra do Rio Grande e o rio Tramandaí.
  Os primitivos habitantes do município foram os índios carijós, charruas e minuanos, cuja antiga presença é lembrada em histórias que o povo conta e por utensílios usados pelos índios que são trazidos à luz pelo arado do lavrador ou desenterrados pelo vento que sopra na região.
  Depois de 1732, as terras do Rio Grande do Sul começaram a atrair os povoadores que se tornaram os primeiros fazendeiros. Eram os lagumistas de Brito Peixoto que vinham descendo e povoando as terras virgens do Rio Grande do Sul. Vieram também, alguns paulistas e mineiros, na sua maioria, tropeiros.
  Com a chegada de Silva Paes e a fundação oficial de Rio Grande, em 1737, toda a região foi beneficiada. Um dos primeiros atos do brigadeiro foi a criação da Fazenda Real de Bujuru, em 1738, atualmente, 3° distrito do município de São José do Norte, com a finalidade de criar gado. Provenientes das ilhas dos Açores, vieram os casais açorianos que se fixaram no Estreito e em Mostardas, para desenvolverem a agricultura.
  Em 1750 foi construída, na localidade do Estreito, a Igreja Nossa Senhora da Conceição, a primeira do município e também Matriz e a Igreja de São José do Norte era uma dependência dessa Matriz.
  Quando a vila do Rio Grande, em 1763, foi tomada pelos espanhóis, a restinga recebeu os refugiados. Mas os espanhóis atravessaram o canal e ocuparam a “Barranca do Norte” e, com isso, os restantes penetram mais para o interior, surgindo às primeiras freguesias: Mostardas e Estreito. A povoação de Nossa Senhora da Conceição do Estreito foi elevada à freguesia em 1765.
  Com a criação do município de Mostardas, em 1963, passa a ser considerada, como primeiro núcleo de povoação do município de São José do Norte, a localidade do Estreito.
  A Carta Régia de 18 de abril e a Provisão Eclesiástica de 11 de março de 1822 elevam a Capela de São José do Norte à categoria de freguesia, conseqüência lógica do desenvolvimento da localidade.
  Por Decreto Regencial s/n, de 25 de outubro de 1831 foi criada a Vila de São José do Norte como sede do município do mesmo nome. A instalação do município deu-se em 15 de agosto de 1832.
  Em 31 de julho de 1841, durante a Revolução Farroupilha, suas ruas presenciaram a mais sangrenta das batalhas quando os farrapos de Bento Gonçalves foram repelidos pelas tropas legalistas do Coronel Antônio Soares de Paiva. Aos oito dias do mês de novembro de 1845, chega à Vila sua Majestade Imperial D. Pedro II para entregar, pessoalmente, o título de "Mui Heróica Villa" e, mais uma vez, ficou hospedado, tal como o pai, D. Pedro I, no sobradão de Maria Joaquina de Sá, que pertence atualmente a família Cunha.
  Pelo Decreto n° 7199, de 31 de março de 1938, São José do Norte foi elevada à categoria de cidade.
  Com a criação do município de Mostardas, em 26 de dezembro de 1963, o município perdeu os antigos distritos de Mostardas e São Simão.
  O município cresce: a estrada BR-101, já concluída, representa um formidável elo de ligação para a exploração, especialmente, da indústria turística.

  Seis lanchas, para o transporte de passageiros, fazem o trajeto ligando as duas cidades pelo canal Miguel da Cunha, e o mesmo acontece com a travessia de veículos, em duas balsas que operam por este canal. Se planeja a construção de um túnel ou ponte para a ligação com a cidade vizinha, Rio Grande, uma obra que certamente trará mais turismo e desenvolvimento para nossa cidade.

  São José do Norte, que dista cerca de 330 quilômetros da Capital do Estado, tem uma população estimada em aproximadamente 25 mil pessoas
  O município é povoado por famílias descendentes de imigrantes europeus, com destaque para o português, mas onde se pode encontrar, com relativa facilidade ingleses, holandeses, libaneses e italianos, entre outros. 

        

                


                    

                   

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